quarta-feira, 25 de agosto de 2010


Hoje eu acordei e o céu estava cinza. Logo pensei que estivesse um pouco sonolenta e não estava enxergando direito, mas não, o céu estava escuro mesmo. Ok. Quando eu sai na rua, reparei nas pessoas, as pessoas estavam cinzas também.

Fico pensando em quem mora com precárias condições, nos eleitores em ano de eleição ou até nos compositores tentando trabalhar. Todos eles têm esperança, certo? Sim, certo. Talvez até esperem muito. Digo mais: é facílimo alimentarmos o monstrinho que vive dentro de nós, mais especificamente, dentro da nossa alma e coração. Ele reage a qualquer sinal de calor e está bem alimentado com qualquer sonho ou pensamento frágil.

A esperança é como uma criança de 3 anos de idade: se tu facilitas, ela chora ou, com um doce, explode de felicidade. Se eu começar a citar aqui, nunca vou terminar, pois são tantos os motivos para nos deixar com ganas das coisas, fazer nossos olhos brilharem e nosso monstrinho pular de alegria. Entretanto, é a esperança, também, que faz nossos dias tornarem-se gris. O monstrinho resolve tomar uma posição dentro de ti e quer sair para explorar o mundo lá fora. Chega o momento em que tu estás esperando demais e, enfim, tomas consciência disso. A vida anda ilusória demais ultimamente, sendo um atrativo para cairmos em suas peças e perdermos a cor nos nossos olhos. A graça some, a compaixão cansa, o sorriso cai e a vontade termina. Um cinza sem nitidez.

A falta de esperança é como um velho de 70 anos de idade, quando tu perdes, é só esperar o fim dos sonhos. Qual a graça de olhar um filme sabendo do final? De sair de casa sabendo o que vai acontecer? Conhecer alguém novo sabendo o rumo que as vidas irão tomar? Quero parar por aqui. Quero a vivacidade do anseio e dos objetivos, voltar a ter os 3 anos.

Por fim, hoje mesmo, as cores voltaram para mim. Pude ver com nitidez as árvores com suas folhas verdes, a terra marrom e o neon das luzes em qualquer lugar. Sendo assim, venho apelar para que tu não te deixes levar por qualquer ilusão que ganhas de presente. Planejar é incrivelmente lindo, pois tem limite. Não deixes de viver a vida que tens por aquela que idealizas. Vez ou outra o incolor volta, mas cabe a nós usarmos nossos lápis de cor e tonalizarmos tudo novamente, afinal, só depende de cada um.

Olhei para a janela agora, o dia voltou a estar cinza. Sem preocupações, é só o tempo, resolvam-se com os meteorologistas.

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