sábado, 16 de abril de 2011

Costumes

A maior verdade do mundo é que não estamos preparados para nada, isso mesmo. Nem para as coisas boas, muito menos para as ruins.
Onde quero chegar com isso?
Nas fases que passamos no decorrer da vida, o momento que vivemos nunca é o melhor, ele pode se tornar bom só depois de vivido, nunca vai ser perfeito no presente, vamos nos dar conta de que foi bom, quando tivermos passado por aquilo. E ai reclamamos, dizemos que "eramos felizes e não sabíamos" essas coisas, mas a verdade é que não estamos nunca prontos para essas mudanças. Hoje já fazem 19 meses que convivo com as agulhas das minhas injeções diariamente e até agora não me acostumei com elas e acho que nem vou me acostumar, mas elas não me largam hoje, não me largaram ontem e não vão me largar amanhã...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

"Rí coração, triste palhaço"

Então, paramos pra pensar. Quantas coisas nós, ainda crianças, suportamos. Você talvez não tenha fortes lembranças, mas é muito provável que se não você mesmo, alguém próximo não esqueça nunca de como sofreu, numa época onde nós só devemos conhecer alegria.
Assunto batido? Sim. Resolvido? Nem perto disso.
É uma necessidade tão forte a de se sobressair? Crianças podem ser cruéis, isso é fato. Quando as diferenças são notáveis, quando os valores da nossa sociedade se invertem e educação é passada dos pais para a escola, o que resta? Religiões que dizem o que podemos, dogmas ultrapassados, seguidos por pessoas que pararam no tempo e não enxergam as mudanças mais aparentes.
Em matéria de preconceito, qualquer um pode tirar nota dez. Menino educado é gay, e ser gay é errado, negro é feio, menina com dislexia é burra, deficiente é inferior. Falta igualdade nos currículos, falta capacidade de educar o mundo, para o real, e não para uma fantasia crente. Exaltamos-nos com atos covardes de adultos com problemas psicológicos, mas quando vamos começar a agir na raiz destes problemas?
Na próxima vez que for trocar palavras com uma criança, pense duas vezes antes de rir dela, porque rir com ela seria, além de mais cordial, faria ela mais feliz.

Depois de muito tempo, hoje eu quis postar.

Pois saibam, vocês, que eu queria parar de querer. Queria parar de querer as fantasias do talvez e escrever sobre aquilo que eu tenho, aquilo que eu vivo e ser plenamente contente. Não consigo não querer, mesmo sendo querer não querer.

É complicado distribuir as palavras corretas com suas devidas concordâncias sobre uma idéia sem desejar aquilo que une nas frases, mais difícil ainda é não idealizar como seria sem querer. Não dá, eu quero. Sempre eu quero o de sempre.

Vou querer querer, inevitavelmente.

Quero um almoço em família, com família grande e conversas altas; quero ajudar o irmãozinho do meu futuro namorado com os desenhos da escola; quero andar em uma rua úmida fotografando os troncos das árvores; quero acordar em um domingo gelado de julho e saber que não preciso acordar agora. Mais que tudo, quero estar satisfeita e feliz, mas acho que não vou conseguir provar desse bem agora. Não posso parar com meus anseios dos 20 minutos do primeiro tempo, tenho muito tempo de jogo pela frente.

Então, por fim, um dia, aos 43 do segundo tempo vou parar, parar e olhar em volta e querer tem querido e fantasiar as certezas que eu tive e ser plenamente contente até com o descontente.