sábado, 12 de fevereiro de 2011

Definitivamente, época errada.

Ligue o rádio, comercial. Ligue a TV, comercial. Saia na rua, comercial.
Hoje não sabemos: o que temos é aquilo que precisamos, ou aquilo que nos convencem que queremos? Qual a magia de ir ao cinema, se muitos de nós temos grandes aparelhos que fazem com que o simples ato de ver o jornal, seja um momento de luz imagem e ação? Qual a graça de baixar uma música da internet adicionar numa pasta sem ao menos prestar atenção em, por exemplo, a sua influência? Porque damos tanto valor a quantidade e esquecemos algo tão essencial quanto a qualidade?
Modernidade, globalização... Somos a favor, ciências humanas e exatas agradecem, mas porque não pensamos no que isso nos custa? São poucos de nós que percebem que mesmo entre todo o conforto que temos, sentimos uma falta inconsciente de dificuldade. Dificuldade aquela que nos faz valorizar e atribuir sentimentalismo às coisas materiais. Que nostalgia irracional que sentimos quando pessoas mais velhas falam sobre suas infâncias, aquela ingenuidade de correr na rua sem ter medo de carros, subir em árvores que hoje mal vemos ou percebemos, brincar com animais e não com máquinas.
Não podemos negar os benefícios que nos trouxe essa revolução industrial, porém quanto tempo vai levar para que o mundo de uma forma saudável se dê conta daquilo que perdemos quando ganhamos todo esse banho de tecnologia. O medo que nos abate quando falam em inteligência artificial, somos dotados de um incrível potencial natural, por que ficamos tão fascinados por construir algo que pense por nós? Será o próximo passo da nossa geração? Fazer com que até mesmo o nosso maior bem se torne obsoleto?

Que saudade dos vinis dos Beatles que nós nunca vamos ter.